Diarista denuncia ofensas racistas durante partida do Campeonato 'Amadorzão' em Varginha: 'Quero justiça'
Diarista denuncia ofensas racistas durante partida do Campeonato 'Amadorzão' em Varginha Uma diarista afirma ter sido vítima de ofensas racistas durante uma p...

Diarista denuncia ofensas racistas durante partida do Campeonato 'Amadorzão' em Varginha Uma diarista afirma ter sido vítima de ofensas racistas durante uma partida do Campeonato Amador de futebol de Varginha, realizada no último domingo (20) no Estádio Nego Horácio, no bairro Vila Barcelona. Os jogos fazem parte do "Campeonato Amadorzão", promovido pela Prefeitura de Varginha e que reúne times de bairros da cidade. 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp A vítima, Jaqueline Camila Augusto, contou que acompanhava a filha e uma amiga na torcida do Vila Registanea, time da comunidade onde vive, quando foi ofendida por uma torcedora do América, que jogaria na sequência. “Descemos as escadas e estava ali a torcida toda da América. E em respeito, como faz todos os jogos, a gente sai, a gente ainda ficou lá em cima, não ficamos no meio. [...] Por passar por perto ali da torcida, uma torcedora gritou assim: 'macaca do cabelo de boneca'. E eu não acreditei, continuei andando. Nisso me arrepiou toda”, relatou Jaqueline. Diarista denuncia ofensas racistas durante partida do Campeonato Amador em Varginha: 'Quero justiça' Reprodução EPTV De acordo com o advogado Mailso Paiva Martins, presidente da Comissão da OAB, o episódio se enquadra como racismo recreativo. “Como é no estádio, a situação que aconteceu agora é um crime mais específico, que seria o racismo recreativo. Além da pena, que pode variar de dois a cinco anos de prisão, a pessoa também pode ser proibida de frequentar estádios por até três anos”, explicou. Jaqueline tentou registrar boletim de ocorrência, mas foi informada na Polícia Militar de que precisaria do nome completo e do endereço da agressora — dados que ela não tinha no momento. “Cheguei lá para fazer o boletim, eles perguntaram o nome inteiro da pessoa e o endereço. Eu falei que não tinha, não conheço. Eles disseram que não tem como fazer o B.O.”, disse a diarista. O presidente da comissão da OAB disse que o boletim deveria ter sido feito de imediato, para que a agressora fosse identificada no local. Segundo ele, ainda é possível representar formalmente contra a agressora num prazo de até seis meses, caso ela seja identificada. Diarista denuncia ofensas racistas durante partida do Campeonato Amador em Varginha: 'Quero justiça' Reprodução EPTV A Associação Registânea Esporte Clube divulgou uma nota de repúdio, classificando o episódio como “lamentável” e reafirmando que “racismo é crime, inadmissível e não será tolerado dentro ou fora dos estádios”. O clube também expressou solidariedade à torcedora. O América, clube cuja torcedora é apontada como autora da ofensa, também emitiu nota. O time repudiou o ato e afirmou que atitudes racistas não representam os valores da equipe. Jaqueline diz que agora busca justiça. “Hoje eu quero justiça. Eu vou fazer o boletim e dar andamento ao processo, pra que ela não faça isso com mais ninguém. Amanhã meus netos podem frequentar um estádio e passar por isso. Eu não quero que isso aconteça, eu quero acabar com isso.” Em nota, a Prefeitura de Varginha afirmou que nem a organização do campeonato nem a Guarda Civil Municipal foram comunicadas sobre o fato. A administração ressaltou que repudia “qualquer atitude ou manifestação de desrespeito ao próximo”. A reportagem também entrou em contato com a Polícia Militar para saber por que o boletim de ocorrência não foi registrado, mas ainda não obteve retorno. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas